A
prevalência do “HOMO PARVUS”
O episódio
de ontem, na votação da lei que modificava a maioridade penal para crimes
graves, em que a expectativa popular 83% favorável à redução, e que terminou
com a derrota da proposta, e portanto, com a derrota da vontade popular, fez
com que muita gente duvidasse da validade do sistema de representação
democrática hoje existente no Brasil.
Vozes
indignadas se ergueram nas mídias sociais, culpando os parlamentares, acusando
os de desrespeitarem os seus eleitores. Será?
Vejamos! A
imensa maioria dos “cidadãos” dessa terrinha, se perguntados em quem ele votaram
para deputado federal nas últimas eleições, não saberão responder. Uma outra
parcela, bem menor, lembra, mas se você lhes perguntar o motivo do voto, vai
ficar sabendo que foi por que a prima do irmão da cunhada do conhecido pediu! Outra
pequena parcela, dirá que votou por que “ele me deu alguma coisa”, sim, vendeu
o voto por 1 milheiro de tijolos, ou 30 telhas de amianto... E têm aqueles 20%,
que deram o voto pela tal de bolsa fome.
Como então
falar em representação? Qual o vinculo causa / efeito entre o voto dado e o
compromisso de representar vontades e idéias? No primeiro grupo, o voto não foi
dado pela proximidade ideológica, portanto, nenhum compromisso pode existir, da
parte do eleito, para com a tal “vontade” do eleitor. E no segundo grupo, voto
comprado pertence a quem comprou! Simples lógica do direito de propriedade!
Fico então
pensando, que na hera da “mulher sapiens”, no reino da mandioca, o eleitorado é
composto por uma imensa maioria de “homo parvus”, que compareceu às urnas pra “cumprir
obrigação” sem nenhum interesse real, completamente desinformado, alienado de
vez, e agora, de repente, vem querer cobrar de quem, afinal, nada lhes deve!
A culpa,
portanto, da derrota dos 83% que queriam a redução da maioridade penal não é,
de maneira nenhuma, do parlamentar descompromissado, que livre, ou por que
comprou o voto, ou por que nada prometeu em troca de, age com completa independência,
atendendo somente aos seus interesses, confessáveis ou não.
Claro,
enquanto prevalecer a maioria de homo parvus no eleitorado brasileiro, nada
melhor se pode esperar, só a chiadeira sem razão nem sentido dos que se
deixaram levar.
Gil
Celidonio Jr.
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